"Cultura de Pedra" não será apenas um artigo, mas antes uma rubrica. Uma rubrica onde vou escrever sobre as intervenções que várias entidades estão a realizar, de maneira a conservar e melhorar o nosso património arquitectónico.
Para projectar o futuro é essencial percebermos o passado, quem somos, de onde viemos. É também fundamental respeitar a história, partilhá-la com as nossas crianças para que nunca se esqueçam as atrocidades que a Humanidade já cometeu, mas também os grandes feitos de que foi capaz.
O mesmo se passa com todos os monumentos e edíficios históricos que os nossos antepassados ergueram com os mais variados objectivos. Hoje, alguns deles tornaram-se em museus, em casas de cultura; outros, porém, são abandonados, vandalizados e deixados a apodrecer, solitários ou ocupados por mendigos, até que, ou é destruído por completo, ou alguém com visão decide restituir-lhe a dignidade que merece e dar-lhe uma missão social. Porque não um abrigo digno para os mendigos "ocupas" e outros carenciados? Em destroços e abandonados é que não servem para ninguém e são uma vergonha colectiva.
Este tema será objecto de reflexão, pelo menos, uma vez por mês. Digo "pelo menos" porque é óbvio que se se justificar, a periodicidade pode/deve ser menor.
Este primeiro olhar da "Cultura de Pedra" vai, naturalmente, para a freguesia que me recebe todos os dias, após horas de luta; que está sempre lá, acolhedora e familiar. Como disse uma vez uma amiga, noutras aventuras, é bom saber que temos um "chapéu de chuva" que nos abriga. Por mais voltas que dê ao mundo, como é minha vontade, será sempre agradável voltar a este pequeno chapéu de chuva, onde me sinto confortável e em casa.
Sim, é sobre Caneças que vou falar.
Neste campo e nesta freguesia, poderia dar vários exemplos de renovações e melhorias já feitas, em progresso ou agendadas.
Mas como este espaço quer-se de discussão e não de dissertação, vou só apresentar duas, as mais recentes:
Para projectar o futuro é essencial percebermos o passado, quem somos, de onde viemos. É também fundamental respeitar a história, partilhá-la com as nossas crianças para que nunca se esqueçam as atrocidades que a Humanidade já cometeu, mas também os grandes feitos de que foi capaz.
O mesmo se passa com todos os monumentos e edíficios históricos que os nossos antepassados ergueram com os mais variados objectivos. Hoje, alguns deles tornaram-se em museus, em casas de cultura; outros, porém, são abandonados, vandalizados e deixados a apodrecer, solitários ou ocupados por mendigos, até que, ou é destruído por completo, ou alguém com visão decide restituir-lhe a dignidade que merece e dar-lhe uma missão social. Porque não um abrigo digno para os mendigos "ocupas" e outros carenciados? Em destroços e abandonados é que não servem para ninguém e são uma vergonha colectiva.
Este tema será objecto de reflexão, pelo menos, uma vez por mês. Digo "pelo menos" porque é óbvio que se se justificar, a periodicidade pode/deve ser menor.
Este primeiro olhar da "Cultura de Pedra" vai, naturalmente, para a freguesia que me recebe todos os dias, após horas de luta; que está sempre lá, acolhedora e familiar. Como disse uma vez uma amiga, noutras aventuras, é bom saber que temos um "chapéu de chuva" que nos abriga. Por mais voltas que dê ao mundo, como é minha vontade, será sempre agradável voltar a este pequeno chapéu de chuva, onde me sinto confortável e em casa.
Sim, é sobre Caneças que vou falar.
Neste campo e nesta freguesia, poderia dar vários exemplos de renovações e melhorias já feitas, em progresso ou agendadas.
Mas como este espaço quer-se de discussão e não de dissertação, vou só apresentar duas, as mais recentes:
1 - Tanque das Lavadeiras e Parque das Fontainhas
Este equipamento, noutros tempos, servia para as famosas lavadeiras de Caneças lavarem a roupa dos senhores de Lisboa.
Este espaço já sofreu diversos melhoramentos ao longo dos anos, mas tem sido alvo de algumas vandalizações... especialmente à noite, com a falta de iluminação.
A Junta de Freguesia de Caneças não se deixou intimidar por estas pseudo-manifestações de cultura urbana (os chamados TAGs), e decidiu renovar, novamente, este espaço. Desta vez, colocou um conjunto de projectores que iluminam o espaço durante a noite e lhe conferem uma vida e dignidade notáveis. Para além disso, foi instalado um circuito de água fechado que permite que corra água no tanque, fazendo lembrar os antigos tempos.
Este espaço já sofreu diversos melhoramentos ao longo dos anos, mas tem sido alvo de algumas vandalizações... especialmente à noite, com a falta de iluminação.
A Junta de Freguesia de Caneças não se deixou intimidar por estas pseudo-manifestações de cultura urbana (os chamados TAGs), e decidiu renovar, novamente, este espaço. Desta vez, colocou um conjunto de projectores que iluminam o espaço durante a noite e lhe conferem uma vida e dignidade notáveis. Para além disso, foi instalado um circuito de água fechado que permite que corra água no tanque, fazendo lembrar os antigos tempos.
Também o parque das Fontainhas, agradável espaço de merendas e convívio situado por cima da Fonte com o mesmo nome, foi renovado. Uma nova rampa para acesso a pessoas portadoras de deficiência é um exemplo da nova cara do parque.
2 - Escola Primária transforma-se em Junta de Freguesia
Parece mentira que há uns quantos anos dei os meus primeiros passos académicos neste edifício:
Pois, é verdade. Foi aqui que andei na escola, da 1ª à 3ª classe... Depois disso não houve muito mais alunos a passar por lá e o edifício passou a albergar a delegação escolar. Contudo, há vários anos que se encontrava abandonado. Até que, mais uma vez, a Junta de Freguesia interviu: percebendo que as actuais instalações da sede da autarquia já não se adequam à sua intervenção, decidiu comprar este imóvel e transformá-lo nas suas futuras instalações.
Como o encargo financeiro é incomensuravelmente maior do que o seu poder de compra, a maneira que a junta encontrou para desbloquear esta situação foi solicitar parceria à Caixa Geral de Depósitos, que será inquilina da Junta de Freguesia neste edifício. De uma vez só, chega-se a dois anseios da população: melhores instalações e melhores condições para irem tratar dos seus problemas e uma agência da CGD, que ainda não havia na freguesia.
Após um processo que se arrastou durante alguns anos (a burocracia em Portugal mete medo), finalmente houve fumo branco.
Como o encargo financeiro é incomensuravelmente maior do que o seu poder de compra, a maneira que a junta encontrou para desbloquear esta situação foi solicitar parceria à Caixa Geral de Depósitos, que será inquilina da Junta de Freguesia neste edifício. De uma vez só, chega-se a dois anseios da população: melhores instalações e melhores condições para irem tratar dos seus problemas e uma agência da CGD, que ainda não havia na freguesia.
Após um processo que se arrastou durante alguns anos (a burocracia em Portugal mete medo), finalmente houve fumo branco.
E não foi por haver novo Papa, mas porque as obras já começaram e estão a avançar a todo o gás.
Assim que estiver pronto, comprometo-me a mostrar-vos o resultado final.
Até lá, se tiverem sugestões ou quiserem mostrar algo nesta rubrica, digam-me alguma coisa!
BM
Assim que estiver pronto, comprometo-me a mostrar-vos o resultado final.
Até lá, se tiverem sugestões ou quiserem mostrar algo nesta rubrica, digam-me alguma coisa!
BM
3 comentários:
Esta rúbrica é uma óptima ideia. E que melhor sítio para começar que o nosso próprio guarda-chuva? =)
A preservação do nosso património arquitectónico ('tá giro, em tempos foi este o curso que eu quis fazer, quem sabe se um dia não retomarei a ideia...) é estremamente importante não só para a conservação da nossa identidade enquanto povo mas também para prevenir problemas maiores resultantes de um estado de abandono avançado.
Força nisso, e boa sorte para as obras da casa nova.
se retomares a ideia, tenho muitas sugestões... todos os dias vejo imensos prédios em Lisboa a precisar de cuidados de saúde. Muito triste, com tanta gente a dormir na rua e tantas casas abandonadas.
enfim
Quem sabe? Pode ser que depois da minha vida abroad, se não chegar a descobrir o que fazer com a administração pública, e se ainda me apetecer, me volte para a conservação e restauro.
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