domingo, 14 de setembro de 2008

Expo Zaragoza 2008



Finalmente o tão aguardado (uhm uhm, estão vocês a pensar...) artigo sobre a minha visita à Expo Zaragoza 2008.
Como já devem ter percebido, sou um verdadeiro aficionado destes eventos. Eventos que, apesar de poderem servir outros interesses menos dignos (e estou-me a lembrar de especulação imobiliária, por exemplo), têm, na sua essência, um cariz dinamizador do local onde são efectuados.
Para além disso, servem de interface à partilha de culturas, vivênvias, povos, credos e regimes políticos. Evidente que, naquele espaço, todos parecem ser muito amigos quando, na verdade, sabemos que cada vez mais se multiplicam as zonas de conflito no mundo, por interesses diametralmente opostos aos das Expos. 
A verdade é que se promove o diálogo entre as pessoas através da capacidade dos países participantes fazerem passar as suas tradições, a sua maneira de ser, estar e encarar a Vida. Claro que também só mostram aquilo que querem mostrar e não devemos esquecer isso, tal como não devemos consumir sem colimação tudo o que nos impimgem sobre esses países na televisão. Para realmente perceber um país, não há nada como ir realmente lá e falar com as pessoas, entrar na casa delas, perceber como vivem. 
Contudo, como isso não é assim tão fácil, nem barato, as Expos acabam por ser uma oportunidade para ver um pouco daquilo que cada país tem para oferecer, nem que seja a nível turístico. É verdade, acho que este conceito é a melhor propaganda turística que um país pode ter e todos sabemos que as nossas economias já quase não sobrevivem sem o turismo (é o que dá não se investir na produção, quer de produtos, quer intelectual).
Neste mundo de alguns meses, há ainda espaço para mostrar o que de melhor a Humanidade tem... os avanços tecnológicos, o futuro da bio-engenharia ao serviço da Medicina, as alternativas energéticas vs a dependência dos combustíveis fósseis, etc... mas também serve para mostrar o que de pior conseguimos ser e fazer: a FOME, a poluição, a ingerência, os ataques à soberania dos povos, a GUERRA, os delitos de opinião que acabam em tragédia, à brutalidade em nome de uma qualquer divindade... acho que não preciso continuar.
O que é certo é que ninguém sai da mesma maneira que entrou numa Expo. Muitas das coisas que lá estão em exposição, escritos, desenhos, pavilhões... são uma hipocrisia? claro que sim. Pois se as Expos são organizados, na maioria das vezes, pelos países causadores destas desgraças, o que será, então, senão hipocrisia? Provocação? A teoria do "faz aquilo que eu digo, não faças aquilo que eu faço"?
Bom, com todas estas particularidades, a verdade é que temos esta oportunidade para falar e ver abertamente coisas que seriam difíceis de aceder no dia a dia e, melhor ainda, perceber, integrar e discutir essas coisas; só por isso, a "Expo" já faz todo o sentido!
Para não vos enfadar até à morte, decreto aqui intervalo de artigo. A segunda parte será colocada em breve.
BM

6 comentários:

Andrea Santos disse...

Pois é, este artigo já estava prometido há algum tempo... este e não só.
Sim, deu para perceber que és um aficionado da expo e que não podias perder esta que decorreu no país dos nuestros hermanos. lol
Acho que a expo é um evento interessante e que representa uma oportunidade de desenvolvimento de toda a zona que a envolve. Para os países participantes é mais uma forma de divulgação da sua cultura e uma oportunidade para promoção do turismo nos seus países. lembras-te do pav de portugal? muuuuito direccionado para o "Visite Portugal!". Portugal e não só...
Contudo, não deixo de concordar ctg qd dizes que é um mundo um bocado hipócrita. ali não há conflitos de interesse nem nada que se pareça... a verdade é que cada participante só mostra o que bem lhe interessa, e é de notar que há muitos países que não participam... países esses que intervém nos conflitos do mundo actual...
Bem, fico à espera da continuação do artigo, pois ainda tens muito para partilhar acerca deste evento!
Bjs
AS

Bruno Martins disse...

Já há continuação... por onde andas? ahahah

o facto de alguns grandes países, como os EUA ou o Reino Unido, não participarem pode ter a ver com a natureza da Expo...

Será?

Andrea Santos disse...

qd eu deixei este comentário ainda nao tinhas publicado a continuação...
não percebi... não participam devido à natureza da expo, como assim?

Bruno Martins disse...

já deves ter lido a classificação das Expos que coloquei na Parte 2... esta era uma expo mais pequena, por natureza, pelo que poderá não ser tão apelativa às grandes potências ocidentais, que querem show-off...

é só uma mera suposição.

Andrea Santos disse...

mas na expo98 havia pav dos EUA e RU? não me lembro...

Bruno Martins disse...

sim a ambos!

BM