Official Avatar Movie
Infelizmente não tenho muito tempo para escrever esta pequena crítica cinematográfica, porque daqui a umas horas acaba o ano e é desagradável (adoro esta palavra) passar a passagem de ano, perdoem-me lá a redundância, como passo todo o ano: em frente a um computador.
Cá vai disto:
"Avatar" é um dos poucos filmes que conseguiu manter-me calado durante a sua projecção. Não porque não houvesse muita coisa para dizer sobre ele, mas sim porque existem tantos pormenores para captar, tanta coisa a acontecer ao mesmo tempo que, ou se está concentrado, ou metade do que o James Cameron nos tem para oferecer, perde-se na solidão da tela branca.
Começo, então, por dizer que gostei muito deste filme.
A qualidade dos efeitos especiais é impressionante, claro está. Cores, movimentos, sincronizações perfeitas. Nem parece que é feito por computador. Uma fluidez impecável. De tal maneira que, a certo ponto, começamos a acreditar que aquilo existe mesmo. Ou talvez não, mas vocês percebem onde quero chegar.
A banda sonora também ajuda à criação daquele ambiente de fantasia natural, repleto de criaturas selvagens, tribos, animais exóticos e os nossos heróis humanóides Na´vi. Não há bom filme que resista, se não for ajudado por uma boa composição sonora. Em "Avatar" não há dúvida que essa etapa foi superada.
É óbvio que, no meio de todo este êxtase visual, existe uma mensagem. Faz-nos pensar na nossa prepotência, enquanto espécie. Da nossa mania de querer subjugar. E das lições que vamos levando dos mais fracos e da própria natureza. Há-de chegar o dia em que o Homem perceba que não é dono da Terra. Ela foi-lhe emprestada, como a tantos outros seres. Por isso, há que aprender a partilhar e a não vilipendiar o que não é nosso!
Os actores não estão mal. Mas, infeliz ou felizmente, não são eles que brilham. No meio daquela orgia de efeitos, a interpretação perde-se um bocadinho.
Parece-me que este filme vai ser bastante premiado em categorias técnicas, como efeitos especiais, fotografia, montagem, efeitos sonoros, guião e até mesmo melhor filme, mas as interpretações vão ficar de fora dos prémios. O filme é muito maior que os actores.
Só tenho pena de duas coisas. Duas máculas para manchar esta (mais uma) monumental obra prima do realizador de "Terminator":
1 - O nome do habitat - Porquê Pandora?!? Era para ser uma alusão à caixa de Pandora? Onde reside todo o bem e todo o mal? Oh James, que cliché.
2 - O facto dos Na´vi e alguns animais (espécies de cavalos e de dragões, por exemplo) se escolherem mutuamente, como de coisa mística se tratasse, e aquela história de se tornarem um só, não é original. Faz lembrar a história de Eragon. Assim que vi Neytiri a ligar-se ao seu Ikran e a explicar este processo ao James Sully, lembrei-me logo do Eragon e da Saphira. É caso para dizer, "acho que já visto em algum lado, Na´vi??" :)
Ainda assim, com estas duas pequenas coisas que eu retiraria desta película, estou em crer que temos aqui sério candidato ao Óscar de melhor filme. E com isto, digo tudo.
Et voilá.
BM
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