quarta-feira, 10 de março de 2010

Do Amor

No fim das escadas
Que um sobe 
E o outro desce
Cruzam-se olhares

São Histórias
Que andam, que falam
Que trazem experiências
Boas, más. Lições.

O medo.
Sempre ele
Refugia-se no esgar do momento
Na frase que se diz sem pensar

E a vontade
De quê?
Aquela vontade
De gritar, de explodir, de trincar a maçã

Sim, claro. Quero dar-lhe uma dentada
Quero provar o pecado do teu corpo
Fundir-me nele
Desaparecer em ti e tornarmo-nos apenas um

O que virá depois?
Ciúme? Desconfiança?
Quem sabe?
Ninguém, suponho. Pelo menos sem tentar.

Disse um dia um homem grande
Que cito sem cliché
"Quando se luta nem sempre se ganha,
mas quando não se luta perde-se sempre!"

E eu não te quero perder
Sejas tu quem fores
Estejas onde estiveres

Acredito que um dia 
tudo será claro como água
transparente ao olhar profundo
Cristalino ao toque fortuito

E como essa água
que cobiço,
A energia deste amor
vai fazer-nos vibrar

Como moléculas
Animais
Como bombas aprisionadas
Que rebentam num olhar.

O teu olhar.

Bruno Martins
Em trânsito no Parque das Nações
9 de Março de 2010

7 comentários:

Andrea Santos disse...

inspirador...
engraçado, é a 2ª x q a espera por alguém te dá para isto... há que fazer-te esperar! hahahah

Maria João disse...

LINDO! Ler coisas assim a esta hora até dá vontade de sair para a rua dançar...

beijinhos migo

Ana disse...

Pois que este senhor se está a tornar um verdadeiro artista - como diz o próprio, da rádio, da TV e da cassete pirata!

Bem, nesta condições, o que posso dizer eu mais do que, viva o trânsito do Parque das Nações.
Parabéns!

Carla disse...

Incrivel!!! a mim o transito dá-me para dizer palavrões.. a ti serve de inspiração para escreveres estas coisas fantásticas...
Por isso consegues fazer milhentas coisas num dia... até o tempo perdido no trânsito é bem aproveitado.
Parabéns!

Bruno Martins disse...

A 2ª Andrea? tenho muitos mais... Mas como já te disse, por vezes penso que ninguém quererá ler o que escrevo. Depois há dias em que chego a casa quase a morrer e, como já tenho pouco oxigénio no cérebro, publico estes pensamentos... fico contente que tenham gostado, que vos tenha inspirado ou dado vontade de ir para a rua dançar. Maria, qdo fizeres isso, convida-me que eu tb vou! eheh

Artista cara Ana? não sei. mas pelo menos desabafo coisas. assim pode ser que não me torne um serial killer e desate a matar colegas à naifada. isso seria bastante... já estavam à espera que eu fosse dizer "desagradável", mas não. Deselegante, talvez. ahaha

Carla: basta andares com um caderno e uma caneta. de certeza que escreverias coisas muito mais interessantes que eu.

beijos a todas.
BM

Andrea Santos disse...

bem, o impacto de um poema sensível nas mulheres... é vê-las a não conter o comentário. lol

Mas estavas no trânsito?! Entendi o "Em trânsito no Parque das Nações" como estando a transitar pelo parque das nações.

bjs

Bruno Martins disse...

Tens razão Andrea. Foi em trânsito, não no trânsito. Mas é igual, estava sem fazer nada. sentado à espera...

bjs bjs
BM