segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Nordeste Brasileiro - Rio Grande do Norte

Tal como tinha prometido, inicio hoje a publicação de alguns artigos sobre as minhas impressões enquanto viajante por parte do Nordeste Brasileiro. 

O Nordeste é uma das cinco regiões do Brasil, constituída por nove estados - Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe - e com cerca de 50 milhões de habitantes.

A sua localização no mapa do Brasil está evidenciada a vermelho na imagem abaixo.


De todos estes estados, apenas tive oportunidade de conhecer o Rio Grande do Norte, apesar de ter feito escala em Maceió, capital de Alagoas.

Conhecido como "A Esquina do continente", Rio Grande do Norte, caracteriza-se por um clima semiárido, propício para a produção de sal. A sua capital é Natal, da qual falarei em pormenor em artigo posterior. 

Por ora falarei sobre Tibau do Sul, um município do estado de Natal que tem nove distritos, 15 km de costa atlântica e 12 praias, sendo internacionalmente conhecido pela praia de Pipa que, pela sua importância, também terá um artigo exclusivo. 

Tibau do Sul é o que podemos chamar de uma pequena vila. Com casas térreas, sempre com crianças a brincar às portas abertas, estradas esburacadas, pequenas lojas e uma simpática igreja no centro, perto da prefeitura e da emblemática estátua do golfinho. 

A VAN, ou carrinha para nós, percorre as principais artérias da vila, sendo fácil deslocarmo-nos para qualquer lado. 

Ao longo da estrada que nos leva até Tibau, podemos admirar a Lagoa de Guaraíras, com os seus 8 km de comprimento e 2 km de largura. 


É habitat de inúmeros peixes e camarões, que são pescados segundo apertadas normas de controlo ambiental (e vendidos nos bares das praias por tuta e meia) e ainda de várias aves e golfinhos (é verdade, eu vi!).
Na lagoa podemos encontrar os balsas, pequenos barcos que fazem a travessia da lagoa, desde o porto de Tibau até à praia de Malembá por apenas 2 Reais. 



A travessia demora sensivelmente 10 minutos. Chegados à praia de Malembá, apenas encontrarão dois ou três carrinhos que vendem sorvetes, picolés e bebidas. Eles chamam-lhe "apoio". E depois, caros leitores, são 6km de dunas, palmeiras e muito mar. Encontrámos apenas uma casa nesta extensão. 

Eu perguntei se havia alguma coisa naquela margem na recepção do hotel, para ver se valia a pena ir lá. O senhor respondeu-me que sim... bonitas dunas e piscinas naturais. Naturalmente, fomos. 

Chegados à praia de Malembá, perguntei como poderia ir para as piscinas naturais. A pé. É a única maneira, se não tivermos alugado antes um buggy ou ter um 4x4... bem, não estava tudo perdido, pensei eu... e perguntei "então e isso é muito longe?", resposta: "ah não!!! É BEM ALI". Voltei à carga: "estamos a falar do quê?? 1h a andar?", e ele reponde: "ah não, não é isso tudo não! 40 minutinhos e já contando que 'ocê vai parar para mergulhar pelo caminho". Pensámos que seria ideal. 40 minutos, com direito a banhos numa praia com areia dourada, dunas a perder de vista, água quente com ondas e... deserta?!?!? VAMOS NESSA. Só depois percebemos que eram 6 km e que demorámos 2h30min a fazer o percurso até às piscinas naturais, na praia de Barreta. Isto tudo no "pingo do sol".

Primeiro ensinamento "Bem ali" significa MUITO LONGE, tal como nos explicou o senhor do restaurante do Tá Tá que insistiu em ensinar-me a falar Nordestino (e eu agradeci muito!!). 

As piscinas são fantásticas e o almoço no Tá Tá foi memorável... não percam... mas vão de buggy!!! A pé, nem pensar, ok?!


No regresso, podem apanhar uma Van que vos leva até São José e de lá, o ônibus até Tibau. Também demora cerca de 2h, mas vão sentados e podem apreciar a espectacular paisagem, inclusive a Baobá do Poeta (uma arvore de origem Africana que também se pode denominar por Embondeiro) com mais de 7 m de diâmetro.

Para acabar por hoje, recomendo ainda a praia do Giz. Chegados ao porto de Tibau, junto aos bares e de frente para o mar, temos a lagoa de Guaraíras à esquerda e muita extensão de costa atlântica à direita. 

Aconselho-vos a aventurarem-se e caminharem pela praia à direita até encontrarem pequeninas pisicinas naturais, que ficam perto de dois restaurantes. Chegaram à praia do Giz. A água é batida e com correntes muito fortes e não é vigiada, pelo que é preciso atenção ao nadar.  

A praia é protegida pelos arrecifes, que são formações rochosas (cuidado ao mergulhar) e termina na Ponta do Pirambu. A areia é branca e a água quente. Não tanto como a da nossa banheira, mas suficiente para entrarmos depois de estarmos a torrar ao sol e mesmo assim não sentirmos choque térmico. O coqueiral, em grande parte da sua extensão, encerra com chave de ouro, uma paisagem divina, pouco lotada. 

Mesmo quase na Ponta do Pirambu vão encontrar um "day use", um conceito com restaurante, piscina e áreas de lazer, onde por 80 Reais podem passar o dia. Esses 80 Reais incluem almoço e outros petiscos que queiram fazer até perfazer esse valor. Se tiverem tempo, sem dúvida é uma excelente opção. No day use há um elevador (gratuito e de madeira) que vos leva até à vila, onde podem apanhar uma Van para qualquer lado. 

Estaria horas a falar sobre estes lugares. Infelizmente, não tenho fotos da praia do Giz. 

Mas por hoje é tudo. 

ab e até amanhã.

BM

1 comentário:

Ana disse...

Bela descrição!

Quando comecei a escrever no meu blog sobre as nossas férias rapidamente percebi que falar sobre os sítios e as coisas que vimos ia levar muitas linhas. Tenho dois ou três posts começados à espera de ter um tamanho aceitável para serem publicados. =D

É sem dúvida um sítio de uma beleza impressionante.
Continua, fico à espera do resto!

Bj
Ana