terça-feira, 19 de junho de 2012

"Em Chamas"


Em chamas é como nós ficamos depois de ler o 2º volume da saga "The Hunger Games". 

Vou, antes de falar um pouco sobre o que livro me provocou, partilhar convosco a informação de que, no Brasil, a saga é chamada de "Os Jogos Vorazes"... vá-se lá saber quem foi a alminha que traduziu "hunger" para "vorazes". Enfim. 

Então, dizia eu, que ficamos em chamas ao ler isto. E ficamos mesmo. E tinha razão quando disse no artigo de revisão do primeiro livro, que o segundo deveria ser muito melhor. É porque é mesmo. 

Para já porque estamos à espera que o livro seja de passagem, um mastigar metafórico da história, pois já sabemos que o terceiro livro se chama "A Revolta" e que, portanto, é lá que se passará o interessante da acção. Depois dos jogos em que Katniss e Peeta se sagraram, pela primeira vez, um casal de vencedores, a revolta, a revolução, o motim ou whatever, parece o passo mais provável. 

Então que raio é que se passará "Em chamas"? 

Passa-se muito, digo-vos já. Não vou falar sobre a história, porque acho que a devem ler. E sim, não se preocupem se ouvirem comentários depreciativos sobre como estão tão obcecados com um livro infanto-juvenil. Queiram lá saber disso. A história de fundo é muito mais profunda do que as hormonas furtivas da Katniss fazem querer parecer. 

Fala de uma sociedade podre, com opressores e oprimidos, com ricos e pobres, com um fosso brutal entre classes, um pouco como o que estamos a assistir na Europa, mas sem os jogos onde crianças se matam umas às outras. Isso é mais em países como a Uganda, a Libéria, o Congo ou o Sudão. E não são em jogos. Mas, se formos a ver, que diferença há entre as dos jogos e as crianças soldado destes países? 

Enfim, é também de política, disfarçadíssima, claro, que se trata este livro. De como os povos se podem organizar para combater quem os oprime. De como esse processo é penoso e, por vezes, sangrento. E de como poderão haver tantos revezes e tantos obstáculos e tantos heróis que caem pelo caminho. 

E, depois, quando parece que a altura chegou... uma tremenda revira-volta, troca as voltas a todos. E os planos têm de ser todos revistos. Mas... A RESISTÊNCIA CONTINUA. 

Afinal este livro é disso que se trata. Da organização da resistência. E algo tão brutalmente simples... que podia ser real. Basta nós deixarmos. 

Agora chega de escrever, para vos deixar ir ler coisas que pessoas como esta Suzanne escrevem. Intemporais e imperdíveis.

Recomendo!

BM


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