segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Pensamentos sobre Economia de Crise


A minha formação em Economia é nula. De números só sei matemática pura e das ciências naturais. 
Mas também é certo que pertenço a uma sociedade que se regula inteiramente por lógicas de mercado, de lucro e prejuízo, de investimentos e capitalizações, de ratings e impostos. Tudo gira à volta destes números. Mais do que outra coisa qualquer, tudo gira à volta da Economia. Não prestar um pouco de atenção a isto pode ser muito perigoso!

Como tal, o meu interesse tem sido crescente e fui estudando teorias e teóricos. 

Recentemente veio ao meu conhecimento o trabalho de um senhor bastante interessante, de nome Paul Krugman. 

Paul Krugman, economista americano, ganhou vários prémios, entre eles o Nobel da Economia em 2008 pelo seu trabalho sobre novas teorias de comércio internacional, baseadas em economia de escala. Economia de Escala, para quem não está familiarizado com o conceito, tem que ver com a organização do processo produtivo de modo a que possamos alcançar o aumento da produção de bens e serviços, com o menor custo possível.

Hoje vai estar em Lisboa para receber o título de Doutor Honoris Causa, pelas 17h na Aula Magna da Universidade de Lisboa:



Depois da cerimónia, Paul irá proferir uma conferência surbordinada ao tema "Economia na Crise", que será apresentada por Jorge Braga de Macedo e comentada por José da Silva Lopes.

Krugman é um Keinesiano assumido, portanto falar de Krugman sem falar de Keines é praticamente impossível. 
Keines foi um economista britânico e pai da Macroeconomia moderna. Defendia um Estado intervencionista, que serviria de fio de prumo em casos de recessão, depressão ou de booms económicos, mas sem ser demasiado "pesado" ou seja, algo a meio caminho entre o socialismo e o capitalismo. 

Já alguns líderes mundiais afirmaram montar a sua estrutura económica com base nestas premissas e depois, na hora da verdade, mandam para o galheiro todas estas bonitas assunções para seguirem no caminho dos seus antecessores e continuarem num sistema que já se revelou caduco e que nos empurra para uma recessão cada vez pior. São disso exemplo, os governos de Barak Obama ou Gordon Brown. Aliás, após a segunda guerra mundial, a maioria dos governos capitalistas ocidentais viu nesta corrente uma tentativa desesperada de perpetuar um sistema que está condenado ao fracasso. 

E a prova de que esta afirmação é verdadeira, é a realidade que estamos a viver na Europa, com uma Grécia feita em frangalhos, governos fantoches lá e em Itália, e Portugal a seguir-lhes as pisadas de miséria. 

Na minha opinião falta-nos uma estratégia séria, socialmente preocupada e economicamente viável. Ouvi dizer a alguém que "os povos têm os líderes que merecem". E talvez seja verdade. Precisamos de mudar a nossa mentalidade para nos permitirmos viver melhor. Não é necessário nada deste chorrilho de medidas de austeridade, se houvesse quem tivesse tomates de tomar uma ou duas medidas decididamente  difíceis, não nego, mas que poderiam inverter o rumo da situação. Não foi o que fizeram, afinal, na Islândia?!? Está alguma Troika a retirar subsídios ou a diminuir salários, como cá? Não! E a verdade é que não só sairam da crise, como começam a crescer. 

O senhores são génios, ou tiveram-nos no sítio para acabar com alguns tachos? Fica a pergunta. 

Ab,
BM
                                                                                                                                        

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