Saddam Hussein era um ditador. Não tenho dúvidas.
O seu regime era autoritário, perseguidor e, arrisco mesmo, sanguinário.
Inúmeros iraquianos morreram debaixo do seu jugo.
A questão que se coloca neste momento é: "Passados cinco anos, como está a situação política e social do Iraque?"
A resposta, a meu ver, só pode ser uma: Muito Pior!
O seu regime era autoritário, perseguidor e, arrisco mesmo, sanguinário.
Inúmeros iraquianos morreram debaixo do seu jugo.
A questão que se coloca neste momento é: "Passados cinco anos, como está a situação política e social do Iraque?"
A resposta, a meu ver, só pode ser uma: Muito Pior!
Os EUA, à laia de "Bom Samaritano", iniciou o processo de
"democratização" do Iraque faz hoje, precisamente, cinco anos.
Nesses cinco anos, 40 mil soldados americanos deram a sua vida pela teimosia de um líder prepotente e por uma causa que não era a sua.
Nesses cinco anos e segundo relatórios internacionais, 600 mil Iraquianos perderam a sua vida, debaixo do jugo, não do seu ditador, mas de um ditador vindo de fora, com promessas de liberdade.
Liberdade sob mísseis, saques, combates de rua?
Que liberdade é esta?
A verdade é que na era de Saddam muitas vidas se perderam. Mas na era Bush, o número de vidas perdidas é incomensurávelmente maior.
Convém frisar que não concordo com o regime que Saddam implantou, nem com a sua conduta. De maneira nenhuma. Mas acho igualmente repugnante que um país invada outro, com falsos argumentos de existência de armas de destruição massiça, com intuito meramente económico.
O que talvez nem toda a gente saiba é que os EUA armaram alguns grupos de iraquianos para os "ajudar a manter a paz e a ordem no território"... Declarações destas faz qualquer ser pensante sentir-se insultado. Em que medida é que armar grupos de cidadãos para matar os seus irmãos pode ajudar a manter a paz? Ainda para mais com o clima de ódio que existe entre Sunitas e Xiitas.
O que os EUA ainda não perceberam é que as pessoas têm, todas, uma perigosíssima arma de construção massiça, que é a capacidade de PENSAR.
Esta capacidade leva-me a perguntar... caramba, se o Iraque era uma ditadura e os EUA os foram libertar, então porque também não o fazem na ditadura existente na Arábia Saudita?
Espera... mas eles até fizeram um protocolo comercial com a Arábia Saudita...
Será porque este país é o maior produtor de petróleo do mundo e os EUA não podem comprometer a sua produção? Todos sabemos que os períodos de recessão económica nos EUA coincidiram com quebras MOMENTÂNEAS na produção de petróleo. Imaginem o problema que seria levar "democracia", leia-se "guerra", à Arábia Saudita e com isso parar grande parte da produção de petróleo... que desgraça.
Faz-me também lembrar do Vietnam.
Não preciso dizer mais nada, pois não?
A questão é... Quantas vidas mais será preciso ceifar para que os EUA percebam que perderam esta batalha pelo petróleo Iraquiano?
E quantos mais iraquianos precisará a Al-Qaeda recrutar, para que os EUA percebam que estão a alimentar o extremismo? Sim, não existia Al-Qaeda no Iraque.
Agora existe.
O que é realmente triste é vermos iraquianos, entrevistados por jornalistas portugueses, dizerem que preferiam viver numa ditadura, "que afinal até estavam bem com Saddam", se comparem com o que têm agora.
Enquanto democrata fico devastado com estas declarações. Enquanto ser humano, percebo exactamente o que querem dizer.
Preferem ter medo de falar ou agir
(para não serem reprimidos pelo regime ditatorial),
do que ter medo de andar na rua e serem mortos só porque sim.
E o maior problema está para vir. Quando finalmente perceberem que não há nada a fazer senão retirar, que não conseguem explorar mais o país, como raio é que os EUA vão conseguir sair de lá?
E pior que isso... o que vai acontecer no Iraque?
Muitas páginas sangrentas de jornal serão viradas no metro a caminho do trabalho.
Enquanto fazemos a nossa vida descansadamente, outros, iguais a nós,
matam-se por delito de opinião.
E nós, chegamos ao trabalho, ligamos o computador ou a máquina da fábrica, vestimos a bata ou o fato macaco, bebemos café e rimos da anedota da contra-capa do jornal gratuito.
BM
"democratização" do Iraque faz hoje, precisamente, cinco anos.
Nesses cinco anos, 40 mil soldados americanos deram a sua vida pela teimosia de um líder prepotente e por uma causa que não era a sua.
Nesses cinco anos e segundo relatórios internacionais, 600 mil Iraquianos perderam a sua vida, debaixo do jugo, não do seu ditador, mas de um ditador vindo de fora, com promessas de liberdade.
Liberdade sob mísseis, saques, combates de rua?
Que liberdade é esta?
A verdade é que na era de Saddam muitas vidas se perderam. Mas na era Bush, o número de vidas perdidas é incomensurávelmente maior.
Convém frisar que não concordo com o regime que Saddam implantou, nem com a sua conduta. De maneira nenhuma. Mas acho igualmente repugnante que um país invada outro, com falsos argumentos de existência de armas de destruição massiça, com intuito meramente económico.
O que talvez nem toda a gente saiba é que os EUA armaram alguns grupos de iraquianos para os "ajudar a manter a paz e a ordem no território"... Declarações destas faz qualquer ser pensante sentir-se insultado. Em que medida é que armar grupos de cidadãos para matar os seus irmãos pode ajudar a manter a paz? Ainda para mais com o clima de ódio que existe entre Sunitas e Xiitas.
O que os EUA ainda não perceberam é que as pessoas têm, todas, uma perigosíssima arma de construção massiça, que é a capacidade de PENSAR.
Esta capacidade leva-me a perguntar... caramba, se o Iraque era uma ditadura e os EUA os foram libertar, então porque também não o fazem na ditadura existente na Arábia Saudita?
Espera... mas eles até fizeram um protocolo comercial com a Arábia Saudita...
Será porque este país é o maior produtor de petróleo do mundo e os EUA não podem comprometer a sua produção? Todos sabemos que os períodos de recessão económica nos EUA coincidiram com quebras MOMENTÂNEAS na produção de petróleo. Imaginem o problema que seria levar "democracia", leia-se "guerra", à Arábia Saudita e com isso parar grande parte da produção de petróleo... que desgraça.
Faz-me também lembrar do Vietnam.
Não preciso dizer mais nada, pois não?
A questão é... Quantas vidas mais será preciso ceifar para que os EUA percebam que perderam esta batalha pelo petróleo Iraquiano?
E quantos mais iraquianos precisará a Al-Qaeda recrutar, para que os EUA percebam que estão a alimentar o extremismo? Sim, não existia Al-Qaeda no Iraque.
Agora existe.
O que é realmente triste é vermos iraquianos, entrevistados por jornalistas portugueses, dizerem que preferiam viver numa ditadura, "que afinal até estavam bem com Saddam", se comparem com o que têm agora.
Enquanto democrata fico devastado com estas declarações. Enquanto ser humano, percebo exactamente o que querem dizer.
Preferem ter medo de falar ou agir
(para não serem reprimidos pelo regime ditatorial),
do que ter medo de andar na rua e serem mortos só porque sim.
E o maior problema está para vir. Quando finalmente perceberem que não há nada a fazer senão retirar, que não conseguem explorar mais o país, como raio é que os EUA vão conseguir sair de lá?
E pior que isso... o que vai acontecer no Iraque?
Muitas páginas sangrentas de jornal serão viradas no metro a caminho do trabalho.
Enquanto fazemos a nossa vida descansadamente, outros, iguais a nós,
matam-se por delito de opinião.
E nós, chegamos ao trabalho, ligamos o computador ou a máquina da fábrica, vestimos a bata ou o fato macaco, bebemos café e rimos da anedota da contra-capa do jornal gratuito.
BM
4 comentários:
Uou. este artigo foi um marco no teu blog... mudaste um bocado de registo. mas acho mt bem, mt bem mesmo q se fale abertamente neste tipo de questões... isto sim, é um blog q vale a pena consultar! (nao estou a querer dizer q antes n fosse)
acho, sinceramente, que as pessoas estão completamente alienadas do que se está a passar no mundo, e em concreto, da situação de que falas. os EUA não são salvadores do mundo nem nada q se pareça... não passam de uns usurpadores e aproveitadores e ainda por cima dissimulados.
Enquanto as pessoas se contentarem com a sua vidinha quotidiana banal, em q pensam q cada um so tem de lutar por si próprio, nada vai mudar... continuarão a morrer pessoas inocentes "à pazada" e as pessoas vão continuar a olhar para isso como se tratasse de uma novela... algo que está a aparecer na televisao mas que está tão longe que parece que nem existe!
O ser humano (na sua geralidade, é claro)é um animal que, apesar da sua reconhecida capacidade de raciocínio, não deixa de ser burro, já que não usa as faculdades q possui. de outra forma isto não aconteceria. as pessoas não vêm mais do que um palmo à frente dos olhos... e é isso que me entristece na raça humana.
se pensássemos verdadeiramente e não aceitássemos tudo o que acontece como uma fatalidade ou como uma mera constatação, as coisas podiam ser muito diferentes. só algumas considerações: nem tdo que nos dizem é verdade; nem td o que mostram na tv é a verdade; tentar fazer alguma coisa por mudar aquilo que achamos que está mal pode surtir efeito. é q enquanto as pessoas insistirem no pensamento "eu n concordo, mas sozinho(a) não consigo fazer nada contra", nada vai mudar. já pensaram se toda a gente decidisse mostrar a sua pequena e individual indignação? se calhar até dava em alguma coisa...
bom, a ver pela grande quantidade de comentários, só tu é que achaste um marco digno de reflexão.
enfim.
BM
olá! acabei de deixar aqui um comentário e agora venho aqui e ele não está cá! puf!
bem... isto por aqui está paradinho... lá para os meus lados passa-se o mesmo...
Aguardo por novos artigos.
Beijo
A
é, tens razão.
Não tenho tido grande tempo para escrever. nem no blog, nem em sítio nenhum.
enfim.
esta vaga há-de passar e novidades não tardarão...
BM
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