sexta-feira, 17 de junho de 2011

Já conheces os nomes dos teus carrascos?

Se não, eles aqui estão:



Finanças - Vítor Gaspar
Economia - Álvaro Santos Pereira
Negócios Estrangeiros - Paulo Portas
Justiça - Paula Teixeira da Cruz
Administração Interna - Miguel Macedo
Assuntos Parlamentares - Miguel Relvas
Educação e Ensino Superior - Nuno Crato
Segurança Social - Pedro Mota Soares
Agricultura, Ambiente e Território - Assunção Cristas
Saúde - Paulo Macedo
Defesa - Aguiar-Branco

Estão a perguntar-se porque razão apenas Paulo Macedo está barrado a  vermelho? é do vermelho do sangue dos nossos doentes, vermelho do sangue dos nossos profissionais de saúde. 

Como profissional de saúde sinto-me ULTRAJADO com a escolha de um senhor cuja formação de base é "Organização e Gestão de Empresas",  que foi director geral dos impostos no governo de Durão Barroso e actual administrador do Millennium BCP.
O que poderá ele saber de medicina, de cuidados de saúde, de enfermagem ou até de saúde pública?! 
Eu respondo-vos: um redondo ZERO! NADA! NICLES BATATÓIDES.
Mas sabem de que sabe ele?! De números! Pois... é o que todos nós vamos ser para ele. Números. Apenas. Estatísticas. Orçamento. Custos e... CORTES. 
Esta escolha reflecte a bem a postura que este governo vai ter perante o sistema nacional de saúde e, infelizmente, isto só augura tristezas. 
Em dias como este sinto vergonha de ser Português. Por mim e pelos meus doentes. E só quem nunca sofreu com os cortes no sistema de saúde é que tem o desplante de pensar o contrário.
Negros tempos, para todos nós, se avizinham. E a culpa não é da crise. É de senhores como este.
Abraço,
Bruno Martins

4 comentários:

Ana disse...

Concordo plenamente. Penso que o cargo de Ministro da Saúde deveria ser sempre ocupado por um médico, ou alguém de alguma forma ligado à saúde (um doente não conta). Nunca um gestor.

Se faz falta um bom gestor ligado ao Minitério da Saúde - ou a qualquer outro mnistério? Faz! Sem dúvida! De maus gestores está este país farto. Mas esse gestor, num ministério desta natureza (ou no da Educação, ou no da Cultura (que, by the way, foi à vida), os gestores devem ocupar cargos de acessoria à decisão, de apoio, como técnico.

Penso que este é só mais um dos retrocessos que vamos sentir na pele.

Bruno Martins disse...

CLARO!
É para isso quer servem os técnicos! Para apoiar decisões. Não para as tomar, sem conhecimento de causa.

SIm, a cultura lá foi com o boda. E agora, o que acontecerá às pessoas que lá trabalhavam? Vão ser transferidos? Para onde?

enfim.

BM

Rita B. disse...

Apesar de não conhecer o senhor em questão, e de não gostar da escolhe e da vertente que o nosso país tomou, vou ter de discordar ctg desta vez.

Um gestor não vê só números, um bom gestor preocupa-se com o cliente e tenta dar-lhe o melhor serviço e conhece as melhores ferramentas para criar condições a um serviço eficaz e eficiente.

Não concordo que a pasta da saúde seja tomada por um médico, e conhecendo a classe médica portuguesa, num curto espaço de tempo seria um pelouro de vaidades. claro que deverá haver médicos junto dos decisores, pois eles conhecem "a dor" dos sítios onde trabalham, mas um profissional de saúde não tem uma visão tão abrangente de coordenação como uma pessoa de gestão.

Tens um belo exemplo de uma empresa que enquanto foi gerida por um membro da especialidade não passou da cepa torta...

Mais, eu não percebo nada daquilo que vendo, mas sem dúvida, e com muita modéstia à parte, coordeno bem um departamento e trago mais-valias todos os dias. porquê, porque fui extremamente bem acompanhada por profissionais da área.

Nem todas as pessoas podem ser excecpionais como tu Bubu, e neste aspecto, eu não penso que um gestor seja uma má escolha para a saúde, até porque há excessos de gastos na Saúde, e toda a gente conhece as polémicas das ofertas aos profissionais de saúde (ok, nem todos são desonestos).

Agora, que preferia um gestor com uma visão mais à esquerda, lá isso preferia... Algo me diz que as ofertas e os gastos neste caso vão ser feitos a nível de topo.

Beijinhos*

Bruno Martins disse...

A Rita, aqui vai a resposta, com um pedido de desculpa, por tão tardia:

O que referes é precisamente o problema!!! O sistema nacional de saúde NÃO pode nunca, a meu ver, ser encarado como uma empresa.

Óbvio que tu vindo da gestão, não podes dizer mal de gestores... ehehehe

Mas fora de provocações, claro que tu chegaste e pegaste num grupo de especialistas e abriste-lhes o mercado de trabalho e geraste lucro.

Mas não é essa a intenção do SNS. Não é gerar lucro, percebes?! Está escrito em constituição que deve ser universal e gratuito. Naturalmente tb não se quer que dê prejuízo... mas este senhor vai fazer o mesmo que tu fizeste. Furar até conseguir ganhar dinheiro. Mas tu trabalhas numa empresa privada e ele gere um sistema que deve ser o garante de quem não pode pagar privados; dos pobres e dos remedidados. É uma coisa social, não empresarial.

São coisas que não se podem comparar, não é verdade?

bjs
BM