E hoje, em vez de me queixar dos cortes nos salários e nos subsídios, das privatizações, dos aumentos das taxas moderadoras e dos impostos ou até mesmo da recente extinção da minha e de mais de um milhar de freguesias... apetece-me esquecer as nossas misérias, pelo menos por um momento.
Voltar a ser criança e viver o meu Natal, como sempre cá em casa: à volta com os meus, à mesa a conversar, com a televisão a falar baixinho e sozinha lá ao fundo, o ambiente quente e as filhoses que fazemos juntos.
Penso em tudo o resto no dia 26. Hoje que se lixe.
Perdoe-me o mundo, mas prefiro tirar um dia ou dois para descansar e lutar no resto do ano, e não o inverso.
E não, isto não é uma indirecta para ninguém.
Digo muito directamente que a caridadezinha no Natal é um atraso de vida e as dificuldades das pessoas são provocadas por outras pessoas e não é por comprarem um pacote de arroz para lhes dar no Natal que alguma coisa vai mudar.
Pelo contrário, se fizerem alguma coisa durante todo o ano, talvez possamos construir um mundo novo, melhor.
Até lá, hoje serei criança.
E deliciar-me-ei com as minhas filhoses, ao som da minha música de Natal preferida:
FELIZ NATAL!
BM
3 comentários:
Muito bem!
Claro que essas filhoses só ficaram espetaculares devido ao apoio moral que vos estive a dar durante todo o tempo. =)
E pronto, finalmente alguém que não vem dizer que o Natal é tempo de introspeção e reflexões espirituais. Venham de lá o resto das prendas, dos doces, das músicas de Natal e dos serões em família.
Beijo
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Não... para mim, sabes bem, isso é uma hipocrisia. "Parece uma desculpa para um ano de costas voltadas e o que interessa é se as prendas estão compradas..."
Já dizia o AC e com razão.
Gosto de poder fazer isso o ano inteiro. :)
Já as filhoses... é que são só mesmo no Natal. ahahah
bjs
BM
Feliz Natal, Bruno, e um excelente ano novo.
Abraço, Ricardo
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