terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

"Careca"

Caros amigos, 

Hoje é dia de vos recomendar mais um excelente ponto de turismo gastronómico em Lisboa. 

A doce Pastelaria do Restelo "Careca". 

Quem me conhece sabe que não sou o maior fã de doces do mundo, incluindo bolos. Há algo, porém, nesta pastelaria que me tira do sério. 

Bem, começando por enquadrar: 

- A pastelaria foi fundada em 1954 e ganhou notoriedade pelos seus palmiers, de massa fina e estaladiça. E, apesar destes bolos terem sido os impulsionadores da casa, actualmente a sua fama foi ultrapassada por um primo mais robusto e "engordativo". Sim, já sei que a palavra "engordativo" não existe, mas permitam-me lá inventar termos que descrevam com justiça o pecado que é ingerir aqueles... croissants

Os melhores croissants de Lisboa e, muito provavelmente do mundo. :) 

Senão vejamos e comamos já com os olhos:

fonte: http://jubley.blogspot.com
O que é que eles têm assim de tão bom? Para além de serem servidos quase sempre quentes (a procura é tanta que as fornadas estão permanentemente a sair...), são feitos com massa folhada com manteiga e polvilhados com açucar que, com o calor, vai caramelizando.

Comê-los simples é uma experiência divinal e única. Mas se forem atrevidos e colocarem uma fatia de queijo... bem, aí, rebentam com a escala de calorias, mas regalam bem a vossa barriguinha e a vossa alma. É impossível sair dali sem um sorriso de orelha a orelha.

Fica na Rua Duarte Pacheco Pereira, nº11, na freguesia de Santa Maria de Belém...


Ver mapa maior

... e é um ponto de paragem obrigatória no vosso próximo passeio dominical. Depois digam cá ao Bruninho se não foi um conselho vencedor. Oh lá lá, se não será...

Uhmmmm (salivando, qual cão de Pavlov),

BM

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Pensamentos sobre Economia de Crise


A minha formação em Economia é nula. De números só sei matemática pura e das ciências naturais. 
Mas também é certo que pertenço a uma sociedade que se regula inteiramente por lógicas de mercado, de lucro e prejuízo, de investimentos e capitalizações, de ratings e impostos. Tudo gira à volta destes números. Mais do que outra coisa qualquer, tudo gira à volta da Economia. Não prestar um pouco de atenção a isto pode ser muito perigoso!

Como tal, o meu interesse tem sido crescente e fui estudando teorias e teóricos. 

Recentemente veio ao meu conhecimento o trabalho de um senhor bastante interessante, de nome Paul Krugman. 

Paul Krugman, economista americano, ganhou vários prémios, entre eles o Nobel da Economia em 2008 pelo seu trabalho sobre novas teorias de comércio internacional, baseadas em economia de escala. Economia de Escala, para quem não está familiarizado com o conceito, tem que ver com a organização do processo produtivo de modo a que possamos alcançar o aumento da produção de bens e serviços, com o menor custo possível.

Hoje vai estar em Lisboa para receber o título de Doutor Honoris Causa, pelas 17h na Aula Magna da Universidade de Lisboa:



Depois da cerimónia, Paul irá proferir uma conferência surbordinada ao tema "Economia na Crise", que será apresentada por Jorge Braga de Macedo e comentada por José da Silva Lopes.

Krugman é um Keinesiano assumido, portanto falar de Krugman sem falar de Keines é praticamente impossível. 
Keines foi um economista britânico e pai da Macroeconomia moderna. Defendia um Estado intervencionista, que serviria de fio de prumo em casos de recessão, depressão ou de booms económicos, mas sem ser demasiado "pesado" ou seja, algo a meio caminho entre o socialismo e o capitalismo. 

Já alguns líderes mundiais afirmaram montar a sua estrutura económica com base nestas premissas e depois, na hora da verdade, mandam para o galheiro todas estas bonitas assunções para seguirem no caminho dos seus antecessores e continuarem num sistema que já se revelou caduco e que nos empurra para uma recessão cada vez pior. São disso exemplo, os governos de Barak Obama ou Gordon Brown. Aliás, após a segunda guerra mundial, a maioria dos governos capitalistas ocidentais viu nesta corrente uma tentativa desesperada de perpetuar um sistema que está condenado ao fracasso. 

E a prova de que esta afirmação é verdadeira, é a realidade que estamos a viver na Europa, com uma Grécia feita em frangalhos, governos fantoches lá e em Itália, e Portugal a seguir-lhes as pisadas de miséria. 

Na minha opinião falta-nos uma estratégia séria, socialmente preocupada e economicamente viável. Ouvi dizer a alguém que "os povos têm os líderes que merecem". E talvez seja verdade. Precisamos de mudar a nossa mentalidade para nos permitirmos viver melhor. Não é necessário nada deste chorrilho de medidas de austeridade, se houvesse quem tivesse tomates de tomar uma ou duas medidas decididamente  difíceis, não nego, mas que poderiam inverter o rumo da situação. Não foi o que fizeram, afinal, na Islândia?!? Está alguma Troika a retirar subsídios ou a diminuir salários, como cá? Não! E a verdade é que não só sairam da crise, como começam a crescer. 

O senhores são génios, ou tiveram-nos no sítio para acabar com alguns tachos? Fica a pergunta. 

Ab,
BM
                                                                                                                                        

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Recomendações: JAZZ

Venho à conversa hoje convosco para vos recomendar um restaurante e uma banda.

"O que é que uma coisa tem a ver com a outra?", perguntam vocês. Bom, tudo. Pelo menos tudo o que tenha a ver com Jazz.

O restaurante é o inevitável ONDA JAZZ, situado numas escadinhas pitorescas da bela Alfama, bem no coração de Lisboa, mais propriamente no Arco de Jesus. Como referência, podem usar o também obrigatório "Clube do Fado", que fica mesmo em frente.

screen shot do site www.ondajazz.com

Nessas escadinhas, logo à direita, fica o Onda Jazz. Aconselho que façam por chegar mais cedo do que o espectáculo que queiram ver e jantem por lá. Comecem pelo couvert com vários tipos de pão e azeite aromático para molhar. Aventurem-se depois por um prato principal (vão com apetite, pois são muito bem servidos), que podem escolher entre carne, peixe ou vegetariano. Aconselho vivamente o risoto de castanhas. É divinal... e se não forem alarves, talvez um prato chegue para dois.

Podem consultar no site que deixei acima, não só a programação, como também a ementa e os contactos deste que deve ser um restaurante a não perder, pelo menos uma vez na vida.

Por volta das 23h começam os espectáculos de Jazz. Num palco intimista por onde já passaram nomes como Mário Laginha e Maria João, poderão desfrutar desta manifestação artística surgida em Nova Orleães no início do século XX.

Ontem regressei a esta bonita casa, onde já me encantei por diversas vezes.

Os artistas de ontem eram Remi Panossian Trio.


screen shot do site www.remipanossian.com
O trio é constituído por 

Remi Panossian, no piano
Maxime Delporte, no contrabaixo
Frédéric Petitprez, na bateria

Oriundo de França, o grupo editou já 3 álbuns, o primeiro em 2005 e o mais recente, Add Fiction, em Janeiro de 2011. É este trabalho que andam agora a rodar na estrada. E posso dizer-vos que é bastante bom. Aqui fica um exemplo:




A não perder. 
Quer o restaurante, quer a  música destes franceses sem boina.


Sin cera,
BM






terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Artista de quê??

No rescaldo de


onde fomos presenteados com o excelente espectáculo composto pelo artista da comédia, Sô Nuno Markl, e com o artista da música Miguel Araújo Jorge.

Foi uma noite de sábado muito bem passada, mesmo. 

Por entre stand-up (sit down) comedy e muitas cantorias, Nuno Markl lá foi desenhando as histórias da sua vida, com projecção em real-time num ecrã gigante atrás de si. E apesar da sua capacidade de desenhar mulheres, motas e cavalos não ser, de facto, a sua melhor qualidade, é inegável que o homem é iluminado. Para além de excelente comunicador, ainda é bom a desenhar?! Fogo, que injustiça, tanta coisa numa pessoa só. Como diria a minha companhia, "se a inveja matasse..."...

Mas dores de cotovelo à parte, folgo em retirar o chapéu a Nuno Markl, mas não sem fazer o mesmo ao artista da música, que mal conhecia, mas que se revelou melhor que a encomenda. 

E porque falar do espectáculo torna-se muito difícil, e eu hoje estou com uma preguiça bastante considerável, aqui fica o clip do tema principal:


Na senda por conhecer mais do trabalho do Miguel, encontrei um tema que não consigo não partilhar,

"Os maridos das outras", do seu novo albúm que sairá brevemente:



Boa semana para todos. Com muita comédia, com muita música e, claro, com muito amor. :)

BM


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Lições...

Para quem precisa delas.


Só se vive uma vez, não se esqueçam.

Se têm algo a dizer, digam. Se têm alguém para amar, amem.

BM

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Suicídio?!?

De volta de alguns trabalhos que produzi, encontrei esta apresentação que elaborei para o III Seminário de Medicina Nuclear da ESTeSL. Decidi partilhar convosco, pois o tema parece-me cada vez mais actual. 

Suicício - Contributo da MN

Para quem se interessa pelo tema, aqui fica mais um contributo.

Ab
BM

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Iron Lady



Dirigida por Phyllida Lloyd, Meryl Streep é Margaret Tatcher, The Iron Lady


A primeira mulher a desempenhar o cargo de primeiro(a)-ministro(a) no Reino Unido e bem conhecida pelas suas políticas conservadoras de direita. 

A sua oposição ao regime soviético era quase visceral e, provavelmente, irracional por desconhecimento da realidade. A verdade é que, contra todas as dificuldades, enfrentando diversos lobbies, lá conseguiu chegar à chefia do seu partido Conservador e 4 anos mais tarde a chefe do governo.

Serviu durante 11 anos e, durante esse período, foi amada e odiada diversas vezes, até se ver obrigada a pedir a demissão. 

Ficou claro que o caminho que ela escolheu, de AUSTERIDADE, não resolveu coisa nenhuma... pode ser que alguém comece a pensar nisso e que perceba que se não resolveu naquela altura, talvez também não resolva agora em Portugal ou na Grécia... 

Mas enfim, não é de política que vos venho aqui falar hoje, mas sim de cinema. 

Meryl Streep está igual a si a mesma. Fantástica. Mais uma brilhante interpretação para somar a tantas outras com que já nos brindou. Parece-me muito difícil não adorar esta senhora. A sua capacidade de se transformar a cada papel é notável. 

Quanto ao filme: quero começar por dizer que gostei. É uma fita que vale a pena ver, nem que seja para nos lembrar da história. Mas a verdade é que o filme está bem feito. Tem um ritmo interessante e deixa-nos sempre atentos ao que se vai passar a seguir. Era fácil este filme cair no tédio e no desinteresse, mas a equipa foi capaz de encadear os acontecimentos de maneira a que o espectador está em permanente ansiedade, o que, neste caso, é bom sinal. 

Apesar de ter um mísero 6,2 no iMDB, é decerto um filme memorável e não apenas só mais um. Por outro lado, parece-me que Meryl tem hipóteses de convencer a Academia e de levar o Óscar para casa.

Uma coisa é certa: da polémica não se livra. Muitos britânicos referem que o filme não caracteriza bem a sua Dama de Ferro. Outros, por outro lado, dizem que os primeiros só fazem estas declarações por sentirem vergonha de assumir que a ex chefe de estado esteja taralhoca e tenha alegres conversas com o seu falecido marido. 

Não percam, by the way.

BM



segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Contra a extinção de freguesias no concelho de Odivelas


"A verdade é que para prestar serviços de proximidade indispensáveis às populações, as freguesias gastam apenas 0,01% do Orçamento do Estado. Elas são o único poder do Estado que não tem nem pode ter dívidas nos Bancos."
in Petição contra a extinção da freguesia da Ramada 

Se também não concordas com a extinção das freguesias da Ramada, do Olival de Basto ou de Famões... faz-te ouvir. Podes começar por assinar as petições que entretanto foram lançadas on-line:



As Juntas de Freguesia são o maior garante do serviço de proximidade que todos nós precisamos. Principalmente para as pessoas com mobilidade reduzida e escassos recursos. Acabar com as Juntas só vai empurrar cada vez mais portugueses para o abismo do desespero e para mais despesa para obter um simples documento. No final das contas, em vez de estarmos a poupar, vamos obrigar as pessoas a gastarem mais dinheiro e mais tempo para tratarem dos seus assuntos, ficando com menos meios para fazerem outras coisas, conduzindo a uma cada vez maior depressão da nossa economia. 

Não é por aqui que vamos recuperar da crise. Muito pelo contrário!

Eu já assinei!

BM


Nordeste Brasileiro - Rio Grande do Norte IV: Pipa e Natal

E eis que chegou o dia de falar sobre Pipa

A cerca de 6 km de Tibau do Sul, a melhor maneira de chegar à vila Pipa é, mais uma vez, de van. São várias as paragens ao longo da rua principal, ladeada por inúmeros restaurantes e lojas. 

Depois da espectacular praia do Madeiro, encontramos a Praia do Curral, ou também chamada de Baía dos Golfinhos. A praia do curral foi baptizada com este nome devido à prática dos pescadores mais antigos que lá construíam currais feitos de varas, para apanhar peixes. Já o segundo nome, é óbvio... sim, há lá mesmo golfinhos... não os há por toda a parte por aquelas bandas? Sacanas dos bichos que são uns exibicionistas! Com maré alta há muito pouca areia, portanto mais vale aproveitarem a maré vazia para banhos e passeios na areia. 

Continuando encontramos a Praia do Porto e depois a Praia Principal. Na praia do Porto é onde ficam atracados os barcos de pesca e lazer. Com maré vazia podem desfrutar de bonitas piscinas naturais. Na praia principal, ou do centro, encontram-se bastantes bares, ideal para quem quer fazer um dia inteiro de praia sem ter de sair do mesmo lugar para o que quer que seja. 

A melhor maneira de apreciar Pipa é lá ir várias vezes. É impossível ver tudo num só dia. É giro andar de trás para a frente naquela grande rua principal, meter o nariz nas transversais e encontrar restaurantes de todo o mundo e outros com decorações surrealistas de Dali, vendas ambulantes de abacaxi ou crepes Romeu e Julieta (queijo com goiabada). Para as mulheres, acredito que aquelas lojas todas de roupa e havaianas também sejam uma excelente atracção.

A praia termina na Ponta de Cabo Verde, que é formada pelo morro da Velha Vicência e de onde se tem uma vista priveligiada da vila:


Continuando para Sul, esconde-se a Praia dos Afogados ou a Praia do Amor, um verdadeiro refúgio de surfistas e românticos.


Vêm como o mar tem a forma de um coração?! Não é bonito? Por isso é que lhe deram o nome do Amor. Folgo em partilhar que lá tomei banho, nu, em plena noite. E foi tão bom. 

A praia está entre as 10 mais belas do Brasil! Contudo, é necessário ter cuidado devido às fortes correntes e remoinhos:


Também não é por acaso que o seu nome original é "praia dos afogados", né?

Continuando ainda mais para Sul, o Chapadão é a maior atracção. Esta formação rochosa costuma ser o palco de onde se liberta o fogo de artíficio na virada e é imperdível.


Durante 6 km encontram-se praias desertas, falésias e piscinas naturais, até se chegar à vila de Sibaúma.

Mas, uma vez mais, não se aventurem a pé! A van leva-vos lá! Em Sibaúma, as praias tranquilas são santuário de tartarugas gigantes e peixes multicolores. Foi também onde vimos burros ou jegues, a banharem-se no pequeno rio que separa as duas margens da vila. A não perder também.

E antes de acabar esta minha partilha sobre o Brasil, é tempo de falar de Natal, a capital do estado, a cerca de 1 hora de carro desde Tibau do Sul.

Emergente das margens do Rio Potengi e defendida pelo forte dos Reis Magos, Natal é uma cidade bastante cosmopolita e urbana, com a mais valia de ter uma enorme praia. Só tem um problema. Está sempre atolada de gente. Mal se consegue arranjar um cm de areia para por um dedinho.

Mas de qualquer maneira, não deixem de ir beber uma água de coco à praia desta que é a cidade do sol, pois é que a tem maior número de dias de sol por ano no Brasil. Basicamente, é Verão o ano inteiro.

Por curiosidade: Natal foi um dos palcos da Operação Tocha, em 1942, em plena II Guerra Mundial, quando os EUA lá abasteciam os aviões. Foi, por isso, considerada pelos americanos como um dos 4 pontos mais estratégicos do mundo. Interessante, não?

Espero que vos abra o apetite!

BM

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Nordeste Brasileiro - Rio Grande do Norte III: Passeio de Buggy, Lagoa de Artiuba e Cajueiro de Pirangi

Continuando com a transcrição do meu diário de bordo da viagem ao Nordeste Brasileiro, partilho convosco hoje o passeio de Buggy que fizemos pela zona Norte da região. 

Começando bem cedo, pelas 8h30 e quando já estavam 40º C, lá estava o buggeiro (o condutor do buggy, portanto) à porta do nosso hotel, para nos apanhar e começar a aventura. 

Depois de apanharmos mais um casal, para completar o buggy, lá fomos em direcção ao balsa e à praia de Malembé, que se devem lembrar do primeiro artigo que escrevi sobre a viagem.

Era lá que começava a emoção. O buggy seguiu pela praia em loucura, connosco sentados em cima das costas dos bancos, ao vento, sem cinto de segurança (quando penso nisso... aquilo é capaz de não ser assim muito seguro, mas ninguém parece ralar-se com isso...) e a adorar a experiência. 

Seguimos em direcção às dunas, para aumentar ainda mais a emoção do passeio. Foi aí que começaram os problemas. Um enorme estalo. Foi o que ouvimos. Foi o motor do nosso buggy. 

Parámos. O buggeiro saiu. Abriu o capot e disse: "ah, é bronca besta"... "trato disso num piscar de olho".



Pois, não era bronca besta! Não só não tratou daquilo num piscar de olhos, como ainda tivemos de voltar até à Lagoa, junto ao Balsa... para esperarmos num local onde tivessemos água e não morressemos com uma insolação. Passadas quase duas horas ele voltou para nos buscar, clamando que a bronca estava resolvida. Bem e lá fomos animados por ali fora. Até o buggy parar outra vez. E outra. E outra. 

Fizemos um vídeo que resume tudo o que passou nesse dia de passeio:



Mas não fiquem a pensar que é sempre assim. O buggeiro disse que está no ramo há mais de 15 anos e era a primeira que lhe acontecia aquilo... bom... ainda que possa ser uma mentirinha... não deve acontecer sempre, né?! E a verdade é que vale mesmo muito a pena!

E mesmo entre avarias, onde pude provar os meus dotes como mecânico (!), ainda tivemos oportunidade de visitar sítios inesquecíveis, que aproveito para aconselhar a quem vai de viagem.

Em primeiro lugar, um excelente tempo passado na Lagoa de Arituba.




A lagoa, de água doce e morninha, faz as delícias de miúdos e graúdos. Para além do inevitável banho de imersão que podem degustar durante horas, sem experimentar hipotermia, podem desfrutar das actividades disponíveis, com slide para a água, canoagem, passeios de gaivota e ainda... almoçar ou petiscar nos pitorescos restaurantes embrenhados nas palmeiras da encosta da lagoa.

Enquanto por lá almocávamos, o buggeiro estava de volta do motor... e quando já equacionávamos como é que íamos sair dali caso o buggy não se mexesse.. aparece o buggeiro com ar triunfante a clamar que tinha resolvido tudo e que ainda tinhamos tempo de  visitar o maior Cajueiro do mundo!

E lá fomos. O cajueiro em questão é o cajueiro de Pirangi, localizado na praia de Pirangi do Norte, a 12 km de Natal. O cajueiro continua envolto em mistério, principalmente sobre a sua origem. E porquê? Porque tem 8500 metros quadrados, 500m de perímetro e que produz cerca de 80 mil cajus em casa safra. Só este, equivale a cerca de 70 cajueiros. É obra! Entre teorias de aliens e inspirações divinas, a que reúne mais consenso é a de que foi plantado por um pescador chamado Luís Inácio de Oliveira, em 1888. O pescador viria a morrer debaixo do cajueiro com a bonita idade de 93 anos. 



Actualmente quem brinca por entre o cajueiro são outros habitantes, bem mais descarados:



Para concluir: 

O passeio de buggy é um MUST DO. Só espero que seja num sem bronca besta. ;)

BM

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Pensamento do ano!


Brasil, 30 de Dezembro de 2011
Clicar para ver na galeria Olhares


Não é bem verdade?! 

Oh lá, se é.

BM

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Viver é ir à luta!!!!!


Nunca fui de baixar os braços, por muito cansado que possa estar.

A "perseverança", um dos pilares do Taekwondo, é uma raíz que rego todos os dias.

E por falar nisso, porque tristezas, confusões e cobardias não pagam dívidas, ontem depois do treino quisemos imitar estes miúdos. Mas... eles são muito melhores que nós. Mas também... no grupo deles metade não tem lesões mais ou menos graves. O nosso tem! ahhahaha

Queremos lá saber disso!!! 

Que o "conflito subacromial", a "tendinose" e a malfadada "hérnia lombar" vão para o raio que as parta. 

Eis-me de pé, como as árvores.



Enjoy.

Outra coisa boa que tenho aprendido e que quero partilhar convosco, é que não vale a pena massacrarmo-nos com coisas que estão fora do nosso alcance. Preocupemo-nos antes em "ser a mudança que queremos ver no mundo". Já dizia Ghandi. E talvez consigamos contagiar alguém.
Se assim for, já terá valido a pena.

Por isso, para todos vós, "HAVA NAGILA"


Alegremo-nos:




E depois disto... como é possível ficar triste, cansado ou amargurado?



BM

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A continuidade das coisas




14h30 – 24 de Agosto de 2009 - Aeroporto Internacional do Cairo

Acabou. A aventura e a viagem. Ainda faltam umas quantas horas de voo, uma escala e dois aviões, queira a divina previdência que incluam delambidas refeições que lá vão enganando o estômago dos menos exigentes. Mas creio que isso já não conta. A viagem de regresso não é mais do que punição, o castigo, pelo esbanjar de dinheiro, que não podia ter sido melhor empregue, diga-se, e pela gula de história e experiências em pleno Ramadão.
Peixe-Espada preto, costumava chamar-me a minha família. Tudo por causa da cor de uma pele aparentemente mais resistente aos efeitos do Deus do Disco Solar, Amon-Ra para os crentes, a maior estrela da galáxia para os académicos ou simplesmente Sol para as gentes sem manias.
Assim que pisei o chão do Cairo, comecei a duvidar das minhas origens. Percebi que as minhas raízes não podem estar só no velho continente. Sensação semelhante à que experimentei na América Latina. Deve ser do calor... Pausa.
O frenesim de carros, luzes e chamamentos para a quarta ou quinta reza do dia, não consegue perturbar o estranho sentimento de sentir que cheguei a casa. Olho em redor. O trânsito é caótico. O taxista, que me vigarizou sem piedade, pergunta-me os chavões da praxe - como me chamam,  onde nasci e para onde vou. Faz um intervalo no interrogatório. Olha pelo espelho retrovisor com ar de criança que está prestes a fazer traquinice, aquele sorriso preso no canto dos lábios e finalmente pergunta, num inglês carregado, mal articulado, mas com um sotaque delicioso: “Podes conduzir aqui?” Ora, o bom do português assume que a pergunta tem que ver com questões legais; se pode ou não. “Posso, a minha carta é internacional, acho eu”.
Pausa para comentário rápido: duas mesas ao lado da minha, onde escrevo estas linhas de puro exorcismo de uma ressaca que vai durar, encontra-se, provavelmente, uma das raparigas mais bonitas com quem já me cruzei. Olho azul, inglês perfeito. E uma grande distracção para quem precisa de imprimir no papel do Hemingway aquilo que a alma quer dizer. Stop. Fim de comentário e volta à prosa. Do que falávamos mesmo? Pois, de leis. Não, não era de leis que ele queria saber. Responde-me sarcástico “Poder é uma coisa, conseguir é outra totalmente diferente.”; “Conseguias?”, pergunta-me desafiador. Olho mais uma vez pela janela lateral do carro com ar condicionado (um luxo por estas bandas) que me transporta até à baixa e respondo resignado: “Claro que não...”. Se calhar não tenho assim tantas raízes Árabes quanto isso.
A viagem continua até ao coração do Cairo. Aproveito para rever mentalmente se não me tinha esquecido de nada que me fizesse falta. Na verdade foi uma desculpa para não continuar uma conversa que me estava a deixar numa posição de fragilidade incómoda. Homem que é latino nem indicações pergunta, quanto mais esfregarem-lhe na cara que não consegue conduzir um carro. Essas raízes também as partilho.
No meio da revisão, percebo que os dois livros que levei para me confortar nos momentos de pausa, pareciam ter sido escolhidos a dedo. Mas não foram. Engraçado que há coisas que não são planeadas e que, de repente, parecem fazer todo o sentido.
Dias antes de embarcar para o Egipto decidi comemorar o meu aniversário, de um pomposo quarto de século, juntando à mesa os meus melhores amigos. Digam o que disserem, todas as desculpas para fazer uma jantarada, perdoe-se a grotesca descrição, são boas. Nesse animado serão, uma amiga, pessoa especial, ofereceu-me não só a sua presença, mas também um desses livros. Óbvio que parte em vantagem e sabe que adoro devorar histórias. O livro é “No teu Deserto” de um Miguel Sousa Tavares que só conheço da televisão. Desculpa Miguel, não é por mais nada, nunca calhou, é só isso. ‘O descaramento do miúdo!’, pensamos todos neste momento, a tratar o Sr. Advogado, Jornalista, Escritor, Comentador e por aí adiante, por Tu. Desfaçam-se já as dúvidas e as confusões: não é desrespeito, é feitio. Continuo sem perceber porque é que uma Humanidade como a nossa, trata os seus deuses por Tu e as pessoas por você...
Pois, passado o interlúdio formal, ia dizendo que, neste livro, leio uma frase interessante. Diz o Miguel: “Fiz filhos, construí casas, escrevi livros e plantei árvores. Gosto da continuidade das coisas.”
Preciso de um café.
Depois de ter trocado todas as Libras Egípcias que me restavam, ficaram só aquelas cujo valor é tão baixo que se recusaram a fazer-me o câmbio. Restam-me 14 Libras. O café é 17,5. Bolas. Podia pagar em Euros, mas só tinha uma nota de 10 e o troco viria em Libras Egípcias, sem qualquer utilidade fora do Egipto. Resignado, guardo o dinheiro, como quem mete a viola no saco, e retiro-me para libertar o balcão para quem possa pagar o seu café. Mesmo antes de guardar a última Libra, outra simpática moça de nacionalidade desconhecida, estende-me a sua mão com 4 Libras, para poder degustar o poder da cafeína. Agradeço, envergonhado, mas não recuso.
Precisava mesmo de um café.
Shukran e um sorriso de volta.
De regresso, portanto, à citação do Miguel. Ao contrário dele, ainda não fiz filhos, mas espero fazer, ainda não construí casas porque não as posso pagar, acho que plantei árvores quando andava na escola primária. 

Também eu “gosto da continuidade das coisas”.

Bruno Martins

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

De passagem...

... para recordar o que ouvia há 10 anos atrás, com Alien Ant Farm:



BM